Bar do Moe, nº 133

[1242] - Um fim-de-semana bem passado.


«Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente

Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro

Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do estivo
Devolve-me à lembrança o Alentejo

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo

Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro

Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo»

[Rui Veloso]

[1241] - Merecido! Portugal não joga assim.

[1240] - O avançado paraguaio Cardozo, anunciou hoje que ficará no Benfica até ao final da sua carreira.
«Só saio após ser campeão», disse.

Hipótese 1:
Acção - "Santana Lopes arranjava colocação à namorada na RTP".
Consequência - Os jornais criticavam, a opinião pública chamava nomes, era chamado ao PR, era pedida a sua demissão.

Hipótese 2:
Acção - "José Sócrates arranjou colocação à namorada na RTP".
Consequência - Os jornais não falaram, a opinião pública não deu por isso, Luís Filipe Menezes demitiu-se.

[1238] - «Algumas dezenas de pescadores de Quarteira deslocaram-se, esta manhã, à localidade de Vale do Covo, no Algarve, para tentar falar com o ministro da Agricultura e Pescas, mas Jaime Silva evitou o encontro abandonando o local.»

Todos os ministros bem escolhidos a dedo, este é mais um exemplo do Governo de diálogo, ao melhor estilo José Sócrates.

[1237] - Todo o histerismo que tem sido feito em torno da Selecção Nacional é ridículo. Nenhum país economicamente credível o faria. O excesso é prejudicial, pois coloca os jogadores na posição (ainda mais exacerbada) de vedetas, que terão de descer à terra para jogar contra adversários de outros países. Uma maçada.
Isto visto internamente, já de si é mau. As bandeiras nas janelas não ganham jogos e quem podia aproveitar-se disso era a 7Up, pois as suas cores estão pelas janelas a esvoaçar.
Extramuros, a forma de manifestar carinho pela selecção, ganha contornos ainda mais folclóricos e parolos. Na Suíça, os tugas que por lá vivem, já de si são uma classe não muito conceituada junto dos nativos. Às dez da noite de Neuchatel, à chegada do autocarro ao hotel, ter milhares de buzinas a soar e de berros estridentes, é um excesso. Mais se torna, quando o tuga estende a toalha no chão e começa a petiscar. Esta é a imagem que se transmite. Uns pandegos, estes portugueses.
Tudo isto se passou na ordeira e metódica Suíça. O rótulo deles é antagónico ao nosso. Talvez porque, eles são economicamente credíveis.