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segunda-feira, junho 11, 2007

Respeito merecemos todos nós 

[1088] - Ontem, José Sócrates foi vaiado em Setúbal, aquando de uma acção de comemoração do Dia de Portugal e das Comunidades. Confesso que, perante as imagens televisivas, que mostravam incómodo no rosto de Sócrates, esbocei um sorriso. De pequena vingança, para com aquele que gere Portugal com laivos de ditadura. Porque não sabe ouvir e porque se refugia em malabarismos para não ter de responder a questões concretas que lhe são colocadas e que lhe provocam embaraço.

O povo português está descontente. Desde os impostos que não iam aumentar e depois ganharam maior volume, até aos milhares de empregos prometidos e que não foram criados, passando por incongruências ao nível do sector Saúde, de fechos que não deviam ocorrer, de um ministro da Economia que já deveria ter saído desde a visita que fez à China, continuando em Mário Lino que, logo após as declarações que fez, deveria ter sido chamado à razão e ter pedido desculpas públicas aos visados/afectados, directa ou indirectamente, pelas declarações pouco inteligentes que proferiu. Este é sem dúvida um Governo que não sabe aceitar as críticas e, pior que isso, julga que não comete erros o que o torna autista.

Por tudo isto e muito mais, percebo os apupos e assobios dos portugueses em Setúbal. Representaram um sentimento nacional: descontentamento. Percebo aqueles que sentem que o país deles, se está a tornar numa pena demasiado pesada para um crime que não cometeram. E quando falam, Sócrates tem assobiado para o lado. E, segue no mesmo caminho errado, por onde quase sempre foi desde que chegou a São Bento.

Por tudo isto, só compreendo como defensores de Sócrates Primeiro-ministro, aqueles que, ou não percebem do que falam ou que, percebendo, possuem o mesmo cartão ou preferência partidária. Ler neste blogue que o Primeiro-ministro merece respeito faz-me adivinhar certas preferências ou inclinações. Sócrates merecerá todo o respeito se respeitar também ele os seus compromissos. A partir do momento em que se viu e vê que assim não é, fica difícil respeitar o que quer que seja.

Contudo, o mesmo senhor que pede respeito para com Sócrates, diz o seguinte no mesmo texto: «Os governantes não podem esquecer-se, por um simples momento, de que são servidores do povo, juraram pela sua honra desempenhar com lealdade essas funções, não podem considerar-se senhores ditatoriais dos destinos da Nação. Foram eleitos perante a sua proposta eleitoral, depois transformada em programa de governo que constitui um contrato com o povo. Qualquer desvio a este, por motivos de força maior, deve ser devidamente justificado à Nação
Ora, aqui está precisamente o que faz com que o povo não o respeite. Sócrates não se deu a esse respeito, tal como bem escreve nestas linhas que aqui transcrevo. Só não parece que se coadune muito com o título e com o resto do texto, mas cada um sabe de si e é livre de dizer o que quiser, mesmo que tal não tenha qualquer sentido real.

A propósito, caro João Soares, Sócrates não é um simbolo nacional e eu não lhe conferi nenhum diploma para que fosse tido como meu representante em nada. É representante do meu país, infelizmente, e muito mau por sinal. Se estivesse no mercado de trabalho e tivesse esta atitude leviana perante as coisas que se passam à sua volta, certamente, já teria sido demitido ou pelo menos chamado à razão. E aí, não faria o seu ar altivo de dono da verdade, teria de responder para com o seu superior. É que, respeito, merecemos todos nós!

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