Bar do Moe, nº 133

De agora em diante - que Jorge Sampaio decidiu dissolver a Assembleia da República (AR) - deixa de fazer sentido que os candidatos lutem por uma maioria absoluta. O maior precedente institucional da história da democracia portuguesa está aberto. A maioria parlamentar dava garantias de governação. A partir de agora qualquer Governo corre o risco de cair. Basta o PR em exercício conseguir encontrar um motivo mínimo. Se a moda pega os mandatos legislativos deixam de ser de quatro anos e passam a ser incógnita. Qual era o nosso problema, Chefe de Estado Sampaio? Que dislate se passou? Esta espécie de 'carjacking' ao Governo foi uma orquestração perfeita e bem urdida. Sampaio praticou 'carjacking', claro e explícito. Não vê isso quem não quer ver. Bateu no carro da frente, Henrique Chaves era o condutor e saiu para ver o estrago. Sampaio aproveitou a deixa para apontar a arma e esvaziar o carro. Levou-o e andou meio perdido durante estes dias, tendo hoje ouvido o Conselho de Estado para se tentar encontrar. Acredito que se tenha arrependido já umas quantas vezes, de ter feito a dissolução da AR, mas, a forma como o fez, pareceu birra. Foi leviana.
A partir de agora, qualquer Governo, com ou sem maioria parlamentar, terá sempre que temer um Presidente da República. O próximo mandato será de quatro anos? Ninguém sabe!...