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quinta-feira, outubro 07, 2004

O momento de Marcelo 

O erro.
Agiu mal Gomes da Silva ao criticar Marcelo. Este sentiu o toque e deixou-se cair na grande área, tal qual João Pinto fazia na área adversária do Sporting. Jardel marcaria a grande penalidade e, muito possivelmente, daria golo. O golo aqui é a Presidência da República. Marcelo põe-se em bicos-de-pé para ganhar aqui a notoriedade que necessitava. Ainda mais. Jornais, rádios, televisões, todos abrem com Marcelo. Vai a Belém falar com Sampaio e apresta-se para sair em ombros. Porquê? O povo marcou o golo que ele forçou. Mas o curioso, em toda esta questão, é que o adversário se virou para Marcelo e aplaudiu o seu provocar de penalty. Aqueles que outrora o apupavam, viram-se agora para o professor aplaudindo-o.

A vitimização.
Obviamente que Marcelo não cederia por este episódio. Marcelo sempre foi forte, tal como o é hoje, mas esconde-o. Marcelo não cai assim. Apetece-lhe, dá-lhe jeito. Há uma tentativa de auto-vitimização perante a sociedade. Isto parece-me evidente! Marcelo encontra nesta situação o molde ideal para se chegar à esquerda, ganhando apoio de pessoas que outrora o repudiavam. A esquerda tem destas coisas, é influenciável. E, Marcelo, tem esta magnífica chance de colocar em lume brando a sua candidatura a Presidente da República. A esquerda bate-lhe nas costas, como um amigo de longa data. Até o Bloco de Esquerda sai em defesa do professor. "Não se faz", repetem esquecidos de quando o professor era um "dominical pregador de intenções mesquinhas". Esquece-se o BE e esquece-se o país que toma as dores do professor. Esquece o país, que ele só está nesta situação porque se puseram a jeito e ele aproveitou.

A liberdade de expressão.
Onde começa e onde termina? Será que a máxima de, 'a minha liberdade termina quando interfere na liberdade dos outros', funciona também com o professor Marcelo?

A falta de contradição.
Nas suas viperinas afirmações e conclusões na TVI, aos domingos, há um professor que se esforça por moldar a mente de quem o escuta. Marcelo pode dizer que o símbolo químico da água não é H2O que haveria quem levasse em conta. Exageradamente, mas o cerne da questão é isto. É daí que vem o grave da coisa. Ninguém contrapõe o professor e ele passa a imagem de dono da razão.
Marcelo na TVI, mesmo dizendo a coisa mais disparatada do mundo, sai sempre com a imagem de quem diz a maior das verdades. Aparenta saber de tudo. E esses, os que demonstram saber tudo, regra geral, acabam por falhar. Tal como diz a apresentação deste blog, Marcelo até percebe da cultura de beterrabas no Burkina Faso. Porque põe cara disso.

Caso semelhante.
Quando José Sócrates e Santana Lopes tinham o seu 'tempo de antena' na RTP, a Alta Autoridade para a Comunicação Social, interveio. E porquê? Pelo que explicaram, porque debatiam ideias e mencionavam outros partidos sem que estes tivessem igual forma de se exprimir. Agora não se fez isso, mas o erro de Gomes da Silva também não é explicável por aí.

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